Diogo Alves é considerado um dos assassinos mais notórios de Portugal no século XIX. Ele nasceu em 1810 na Espanha, e era filho de camponeses. Após ter seus 19 anos, foi encaminhado por seus pais para trabalhar em Lisboa, em Portugal.
Na cidade, se envolveu com Maria Gertrudes, responsável por uma hospedaria local. Existem hipóteses que seu envolvimento com Gertrudes influenciou-o a começar a assassinar.
É possível que sua relação com Gertrudes tenha sido turbulenta e que ele tenha usado a violência para lidar com seus problemas pessoais e emocionais. No entanto, essa é apenas uma teoria e não há provas concretas para apoiá-la.
O Assassino do Aqueduto
Diogo Alves ficou conhecido como “Assassino do Aqueduto” devido aos inúmeros crimes que cometeu no Aqueduto das Águas Livres, localizado em Lisboa, Portugal.
Ele selecionava suas vítimas, geralmente viajantes e transeuntes, os roubando antes de empurrá-los para uma queda de 60 metros. Sua estratégia de empurrar as vítimas para a morte fazia com que a polícia identificasse esses incidentes como suicídios, o que ajudou a mascarar sua atividade criminosa.
Ele foi responsável por muitas mortes, mas seu número exato nunca foi confirmado, devido a sua estratégia para seus assassinatos.
Condenação
Em 1841, Diogo Alves foi o penúltimo enforcamento de Portugal, sua condenação foi pelo assassinato de quatro familiares de um médico, apesar de ter matado muito mais pessoas.
A pena de morte foi abolida em Portugal em 1867 como parte de um processo de reforma liberal que ocorreu no país na segunda metade do século XIX.
Além disso, havia uma crescente opinião entre os intelectuais de que a pena de morte não era eficaz para deter a criminalidade e que havia outras formas de punir os criminosos que eram consideradas mais justas e humanas.
Entretanto, esse não seria o fim de sua jornada, devido a seu comportamento errôneo para um jovem aparentemente saudável despertou a curiosidade de cientistas da Escola Médico Cirúrgica de Lisboa.
O estudo da cabeça de Diogo Alves
Os cientistas procuravam descobrir a forma que a mente funcionava em tais casos, estudando as saliências da cabeça (frenologia).
É importante destacar que a frenologia foi posteriormente desacreditada como uma ciência válida, sendo considerada uma pseudociência. A prática de remover e estudar cabeças de condenados foi condenada como inumana e imoral, sendo proibida em muitos países
A exposição da cabeça de Diogo Alves é vista por muitos como um símbolo da história errônea da ciência e um lembrete dos erros do passado. Hoje em dia, os estudiosos de criminalidade e psicologia criminal se baseiam em evidências científicas comprovadas para entender a mente dos criminosos.
A pseudociência trazia com si, a crença em que os traços característicos de um indivíduo estariam guardados em seu crânio. Logo, a cabeça de Alves foi removida após sua decapitação e conservada em formaldeído. Há poucas evidências sobre o resultado do estudo.
A cabeça de Diogo se mantém em exposição até os dias atuais em uma seção privada para estudantes no Teatro Anatômico da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Ela constituiu um dos objetos mais significativos – e sem dúvida mais horríficos – da exposição Passagens. Cem Peças para o Museu de Medicina, que decorreu no Museu Nacional de Arte Antiga em 2005.